Para quem ama e respeita o futebol sergipano

Começou domingo,18/01, mais uma edição do campeonato sergipano de futebol profissional.

Dez times suando a camisa para conquistar o título de campeão sergipano de 2009, além de uma vaga para a Copa do Brasil de 2010 e na série D do futebol nacional ainda este ano. Os dois clubes com as piores campanhas irão amargar a segunda divisão. Só o Confiança tem vaga garantida na série C.

Será que a capital continuará ostentando a condição de campeão ou o interior do estado retomará a taça e a hegemonia do futebol em Sergipe?

Resta torcer e esperar os resultados. Boa Sorte a todos!
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Somos poucos, mas somos loucos .... que o futebol sergipano aconteça !!!!


quarta-feira, 2 de abril de 2008

Marcelo Sergipano: Técnico revelação do sergipão 2008 solta o verbo e fala sobre carreira, dinheiro e perspectivas para o futuro



BFSE)- Marcelo Sergipano faça um resumo de sua carreira como jogador de futebol?

M.S) Eu não vou dizer que é simples, posso até esquecer de algum clube, resumindo, eu praticamente comecei no Santa Cruz de Estância, um time de porte menor, na verdade eu trabalhava em um supermercado e tive a honra e prazer de ser chamado para fazer um treino quando não havia ninguém para treinar, me chamaram e fui, mostrei serviço e me contrataram para os juniores, fui aí que comecei a gostar do futebol e pensei em ser jogador.
Depois fui para o União de Própria em 91, depois fui para o Tanabí onde tive a felicidade de jogar com Edílson e Vampeta, fui para Itabaiana, Sergipe e daí para o mundo.
Atuei em grandes clubes como Bahia, Náutico, São Paulo, Ponte Preta, União de Rondonópolis - MT, Ceará, América e Rio Branco-SP, Anapolina e Vila Nova-GO, entre outros.
Fui para fora do país. China.

BFSE)- Qual foi sua maior alegria e sua maior decepção como atleta profissional?

M.S) A maior alegria foi poder atingir o ápice da carreira no São Paulo, apesar das dificuldades que passei, sempre acreditei em mim e em não desistir, fato que me consagrou no time de maior expressão no Brasil, não desmerecendo os outros, o São Paulo é uma potência no futebol. Fui campeão, fiz gols. Sinto-me realizado.
A mágoa é entre outros, a falta de respeito de alguns clubes para com o profissional, ou seja, tive reconhecimento em todos os times que passei, mas acredito que em Sergipe é diferente.
O clube que você passa, faz história, dá alegria e depois você se sente humilhado por ele, essa é a grande decepção, não vou citar o nome do clube, como poderia até citar, mas para bom entendedor meia palavra basta.
Independente disso sou realizado e agora numa nova função pretendo seguir a carreira.

BFSE)- Você fez fortuna em sua carreira de jogador?

M.S) Fiz, fiz algumas fortunas.
Consegui algumas coisas, no fator financeiro conseguir fazer tudo que queria na minha vida, comprei o que tinha vontade de comprar e se hoje Deus não me deixou ou deixou com alguma coisa, pelo mínimo que seja, me sinto uma pessoa confortável onde estou e como estou.
Penso em ter tudo de volta, o que perdi ter em dobro, Deus disse: “Faça que te ajudarei”, então busco meu espaço e que ele me ajude a ter as mesmas coisas e que eu não faça as mesmas coisas que fiz antes.

BFSE)- Cite um fato positivo e um negativo do futebol sergipano?

M.S) Positivo: Hoje o esporte para todos, sabemos que o nosso futebol não é medíocre, pois, existem outros estados em que não temos conhecimento e falamos que somos os piores, jamais, o nosso futebol tem um nível bom e Carivaldo Souza tenta fazer o melhor com o que tem na federação.
Negativo: Os estádios. Acho que alguns deixam a desejar pela condição dada ao jogador e comissão técnica, se houver um problema extra campo os estádios não conseguem suportar, numa briga de torcida, numa invasão e agressão de um jogador, os alambrados mal conservados e que num salto o torcedor entra em campo.

BFSE)- Por que você decidiu ser técnico de futebol? Em quem você se inspira nessa profissão?

M.S) Decidi por ser mais uma experiência em minha vida profissional, como já trabalho no meio do futebol espero progredir e pela experiência resolvi ser técnico.
Hoje analiso como a profissão é complicada, administrar um grupo, cabeças e pensamentos diferentes. Tenho que ser psicólogo.
Procuro com a ajuda de Deus não parar por aqui e meu pensamento é sair do São Cristóvão para ganhar o mundo, como fiz quando jogador, preciso fazer um bom trabalho e com a experiência de técnicos que já trabalhei: Nelsinho, Muricy Ramalho, e com eles pretendo fazer um estágio.
Inspiro-me em Muricy Ramalho, hoje percebo que as coisas que eram ditas por ele em 1 ano que trabalhamos juntos, ele como técnico e eu jogador eram certas.

BFSE)- Os técnicos sergipanos são desacreditados pelos grandes clubes do estado?

M.S) Eu acredito que sim, mesmo por que quando um clube é treinado por um técnico local eles (dirigentes) não dão uma tranqüilidade para trabalhar, não deixam a pessoa a vontade, é um absurdo!
Se você faz uns 3 amistosos numa preparação e não tem resultados de vitórias em todos eles .Ex: joga em Boquim, Arauá e Cristinapólis e não ganha todos, perde alguns ou empata, ele cai. Isso é verídico
Veja o absurdo, numa preparação que serve para avaliar jogador e a importância do jogo é menor, os dirigentes se preocupam com o resultado da partida e não com a preparação/planejamento. Quando o técnico cai, parece que ele nunca serviu para o clube.
Outro fator é , a classe de treinador que não é unida, há casos onde você treina um time e outro técnico liga para o presidente pedindo emprego, ou seja, se você ganha R$ 600 outro treinador vem por menos.

BFSE)- Qual sua maior virtude e maior defeito como técnico?

M.S) A maior virtude é acreditar sempre que eu posso ganhar, jogo para ganhar com as peças que tenho e que pode ser usadas.
Acredito em meu potencial e que a sorte virá, já passei por situações desagradáveis como técnico, ficando até sem dormir, tem pressão para ganhar, opiniões para colocar fulano e cicrano mas, acredito em minha opinião, se perder perco por mim e não pelos outros.
O maior defeito é acreditar em muita gente, estou tentando mudar isso e passar acreditar menos em certas pessoas, aqueles “inimigos íntimos”, acredito que posso melhorar nisso.

BFSE)- Você se considera apto para assumir o comando técnico de um grande clube do estado ou fora dele?

M.S) Acredito que aqui no estado sim. É só me dar suporte, condição para trabalhar, realizar um bom planejamento e jogar o ”produto” (jogador) na minha mão, pessoas em que eu possa confiar e não ter sacanagem, a pior coisa do mundo é você ser traído por aquele que está próximo a você.
Lá fora é um pouco complicado devido ao conhecimento, até para você passar para os jogadores quem é você, onde joguei o que consegui, isso tudo conta.
Em Sergipe já sou conhecido, Bahia, Recife, Ceará também, pela imprensa desses lugares é um exemplo, cito a TV Diário de Fortaleza, onde participei de muitas jornadas.
Mas o tempo dirá, se vier agora não vou negar, irei com maior gás e trabalharei para que tudo possa dar certo. Tenho condições.

BFSE)- Você acredita que o São Cristóvão pode ser campeão sergipano?

M.S) Tenho que primeiramente ficar entre os quatro, não sei o que irá acontecer nas próximas partidas.
Se chegarmos ao quadrangular, diremos para que o São Cristóvão veio, não sou vidente, mas se chegarmos o pensamento é ser campeão.

BFSE)- O que você espera profissionalmente daqui para frente?

M.S) Espero que algumas pessoas dentro do futebol possam dar uma condição melhor para os técnicos, principalmente em termos de salários em dias, trabalhar com tranqüilidade, que a cobrança no clube seja feita em todos os setores e não somente ao técnico, ele não é culpado de tudo, o diretor tira o técnico e nem lembram do que já foi realizado.
Que dêem espaço para os jovens treinadores que surgem no estado, dando suporte, respeitando-os, que eu possa saber reconhecer os erros e que a classe de treinador de futebol seja mais unida, que possa indicar uns aos outros para as equipes do futebol brasileiro e que nossos profissionais não parem na Bahia, Alagoas, Recife ou Fortaleza.
Ninguém briga por nós e sabemos que a lei define muitas coisas importantes para nossa profissão e que ela possa ser usada na hora certa, quando o clube lhe desrespeita e o deixa a mingua.

BFSE)- Algo mais?

M.S) Agradeço de coração a oportunidade, hoje é meu aniversário (36 anos) e concedo essa entrevista ao Blogão Futebol SE e que essas palavras não fiquem só no papel e que outros treinadores possam ler e aproveitar algo que seja do seu interesse.
Volto a agradecer ao Blogão Futebol SE e Ivanilson Martins que me deu a oportunidade de falar sobre a minha carreira.

Foto: Arquivo Blogão Futebol Se - Missa alusiva as comemorações do aniverásio de dois anos do São Cristovão em Março /08.
Da diretita para a esquerda: Supervisor Olegário, diretor Paulino Sarmento, técnico Marcelo Sergipano e o Presidente do São Cristovão Israel Sarmento.