Como diz Jorge du Peixe “A revolução não vai passar na tv é verdade”, portanto, como é que poderemos mudar o cenário político, esportivo (seja lá do que for) de um lugar?
Acreditamos que a participação popular seja o combustível para que o processo de mudança ocorra, sendo de fundamental importância que esse facilitador esteja munido de conhecimento, coragem, e acima de vontade para puder argumentar, montar estratégias e saber o caminho mais curto para que a luta seja vencida.
Não estamos começando nenhum discurso revolucionário e tão pouco temos propriedade para isso, mas trataremos nesse texto, de como o próprio povo que tanto reclama é o mesmo que pouco ou nada faz.
Vamos a nossa realidade, o futebol sergipano é um reflexo (um pouco pior) do que acontece no futebol brasileiro, um esporte mal administrado, um administrador que se perpetua no cargo apoiado nos interesses e incompetência dos dirigentes, um futebol que permite o êxodo dos jogadores por não ter como oferecer mais dinheiro que outro centro esportivo e outras “cositas más”, com isso, não entendemos como a maioria do povo de nosso estado atribui seu desinteresse do futebol local aos problemas acima, Será que isso é uma desculpa aceitável?,
Achamos que não, até por que, se o reclamante seguisse a mesma linha de raciocínio deveria virar as costas para os times do Rio, São Paulo, Minas, Paraná, enfim o resto do país, eles estão inseridos no mesmo contexto, seus dirigentes estão envolvidos em casos e mais casos de corrupção, lembram do Eurico Miranda, a turma do Corinthians Paulista com Kia, Dualib e a máquina de lavar dinheiro e desvio de verba do clube, o Petraglia e o Atlético Paranaense no esquema com árbitros, a virada de mesa do Fluminense, e então, quem deixou de torcer pelos times dirigidos por esses caras, muito pelo contrário, lotam bares, compram materiais esportivos e vão ao maracanã, achando que tudo aquilo é uma das maravilhas do mundo, esquecem de toda a maracutaia envolvida no assunto, sendo ao mesmo tempo tão injustos, radicais, omissos e incompreensíveis com o nosso futebol, pensem bem, é incoerência ou não é?
Quantos falam que nosso futebol é ruim e nunca foram aos estádios?
Vocês acham que todos os jogos dos campeonatos paulista, gaúcho, pernambucano sejam semelhantes ao clássico Manchester United x Chelsea ? Francamente!!!
Sergipe é o menor estado do Brasil e situado no Nordeste, o que contribui para que muitas coisas se tornem muito mais difícil, mas o povo sergipano reclama que o nosso futebol não tem recursos para contratar jogadores de qualidade e que consiga elevar o nível técnico, mas como eles ousam fazer uma crítica dessas se pouca gente paga ingresso e adentra um estádio de futebol em nosso estado, dessa forma, qual é o empresário que irá investir seu capital numa coisa que quase ninguém ver ?.
Vamos dá o braço a torcer, para que consigamos afastar a banda podre e melhorar a situação atual, precisa de todos... do povo, é com a mobilização popular que o estádio fica cheio, que o investidor aparece, que se contrata jogadores de qualidade, que o nível técnico aumenta, que chegaremos à série B, que poderemos ir mais adiante na Copa do Brasil e claro, que cada uma dessas pessoas fiscalize as ações dos profissionais que conduz o seu clube e não permita que desrespeite o maior patrimônio dessas agremiações, o seu torcedor.
Quando vão ao maracanã, ninguém fala da violência das torcidas, há mais dentro do estádio nada acontece, então perguntamos, aqui acontece?
O que vemos dentro dos estádios em Sergipe é uma garotada que corre pra lá e corre pra cá, mas me diga o que aconteceu de grave dentro do Batistão, nada , assim como o Maracanã, e como também acontece lá, as brigas estão nas ruas e lá não é na pedra, é no tiro, na foice, lembrem do Rafik da Fúria Jovem do Botafogo, onde integrantes da Torcida Jovem do Flamengo o matou com um golpe de Foice ou no revide da torcida do Botafogo e Força Jovem Vasco que ceifou a vida do Germano da TJF, isso é muito maior do que acontece aqui, portanto, a nossa opinião é formada na crença que a violência das torcidas organizadas locais é fruto do despreparo e descaso das autoridades daqui, que não tem um grupo especializado no evento futebol.
Sabemos e concordamos que as mudanças no pensamento e execução das ações na federação local é semelhante à degradação de um vidro, mas se o coletivo não cobrar, está presente e protestar contra esses camaradas, nós continuaremos a assistir o brasileirão na televisão e idolatrar o carioca que nos chama de Paraíba, cabeça chata e tantos outros apelidos, que humilham os radialistas locais, profissionais que faz muito mais do que a nossa própria federação.
O futebol é um instrumento de mudança e valorização do seu lugar, portanto, para aqueles que somente critica o futebol local, restam duas opções: Arruma uma desculpa melhor ou admite que não é tão coerente e valoriza o seu futebol, o seu povo e o seu lugar.
Em tempo: Jorge Du Peixe é vocalista da banda pernambucana Nação Zumbí
