Dois casos de doping no mesmo time foram apreciados pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) nesta segunda-feira, dia 22 de dezembro. Em sessão realizada pela Segunda Comissão Disciplinar, os jogadores Edwilson e Alemão, ambos tendo disputado a Série C do Campeonato Brasileiro de 2008 pelo Confiança, foram suspensos por 120 dias, por unanimidade.
Os dois, que estavam suspensos preventivamente desde o último dia 8, só poderão voltar a campo no dia 28 de março de 2009. Já o médico Agnaldo Clestino, denunciado em dois processos – um de cada jogador – foi absolvido, após decisão por maioria de votos. Os jogadores devem recorrer das penas ao Pleno do STJD, onde podem ter a suspensão reduzida à metade.
O clube afirmara antes do julgamento que segue os ditames formais para não ministrar substâncias proibidas. O médico do clube informou também que nunca tomou conhecimento que os atletas teriam ingerido alguma substância proibida, assim como disse nunca ter receitado tais substâncias. O jogador Alemão, durante seu depoimento pessoal, disse que foi o massagista que lhe deu um remédio para dor de cabeça durante o jogo, já que o médico do clube se encontrava suspenso.
A defesa ainda não decidiu se entrará com Recurso na tentativa de diminuir a pena. Mas nada que se faça diminuirá o sentimento de tristeza de Márcio Alemão. O jogador deixou o Tribunal sem comentar muito o resultado do julgamento e apenas lamentou o acontecido."Eu levei a culpa pelo que outra pessoa fez. Não ingeri droga alguma e vou pagar por isso. Lei é lei e tem que ser cumprida, mas eu não tirei vantagem de nada disso, pelo contrário, só me prejudiquei. Sou um pai de família e como vou fazer agora?", indagou o jogador.
Votos dos Auditores no caso do jogador Alemão:
- Dr. Otacílio Araújo - 120 dias de suspensão para o jogador; absolvido o médico Agnaldo Clestino.
- Dr. José Perez de Resende - 120 dias de suspensão para o jogador; 120 dias de suspensão para o médico Agnaldo Clestino, após desclassificar infração para o artigo 244 § 3º (Se comprovada a participação direta de membro da comissão técnica na dopagem será ele punido com as mesmas penas previstas no caput deste artigo) do CBJD.-
Dr. Francisco de Assis Pessanha Filho - 120 dias de suspensão para o jogador; 120 dias de suspensão para o médico Agnaldo Clestino, após desclassificar infração para o § 3º do artigo 244 do CBJD.
- Dr. Paulo Valed Perry - 120 dias de suspensão para o jogador; absolvido o médico Agnaldo Clestino.
Votos dos Auditores no caso do jogador Edwilson (Wilson Surubim):
Dr. Francisco de Assis Pessanha Filho - suspender por 120 dias o jogador; suspender por 120 dias o médico Agnaldo Clestino, após desclassificar infração para o § 3º do artigo 244 do CBJD.
Dr. José Perez de Resende - suspender por 120 dias o jogador; suspender por 120 dias o médico Agnaldo Clestino, após desclassificar infração para o § 3º do artigo 244 do CBJD.
Dr. Otacílio Araújo - suspender por 120 dias o jogador; absolver o médico Agnaldo Clestino.
Dr. Paulo Valed Perry - suspender por 120 dias o jogador; absolver o médico Agnaldo Clestino.
Entenda o caso:
Os jogadores foram denunciados em jogos distintos e por substâncias diferentes. Na partida em que o Confiança venceu o Brasil/RS por 2 a 0, pela segunda rodada do octogonal final do Brasileiro da Série C, no dia 8 de outubro, Edwilson fez o exame antidoping, onde foi detectada a presença da substância Prednisolona. Na sétima rodada do octogonal final, no dia 25 de outubro, o Confiança empatou por 2 a 2 com o Rio Branco/AC, e foi a vez do exame antidoping de Alemão apresentar a substância Isometepteno.
Antes mesmo do julgamento, os dois já tinham sido suspensos preventivamente por 30 dias pelo Presidente do STJD, Dr. Rubens Approbato. O médico Agnaldo Clestino foi denunciado por ser o responsável pelo Departamento Médico do clube.
Edwilson de Lima Florêncio e Márcio José Narciso, o Alemão, foram denunciados pela Procuradoria no artigo 244 (Ser flagrado, comprovadamente dopado, dentro ou fora da partida, prova ou equivalente) do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), no qual a pena é de suspensão de 120 a 360 dias. Já o médico Agnaldo Clestino Feitosa Filho foi denunciado no artigo 249 (Ministrar ou prescrever ao atleta substância ou método proibido) do CBJD, que tem como penalização a exclusão do esporte.
Fonte: Justiça Desportiva
