Caros, será que é importante refletir sobre qual será nossa identidade? . Para o blogão é pelo menos interessante, sobretudo, pelo que representamos nacionalmente nos segmentos culturais e esportivos.
Aparecemos esporadicamente na mídia e quando isso acontece é fruto de um Pré caju ou São João, estrelado por uma enorme constelação de atrações que não são da nossa terra e que de hora em hora lembra da Bahia, Pernambuco, Ceará e seja lá de onde for, fazem de nossos palcos uma oportunidade de negócio e marketing. Certo eles.
E nós, o que genuinamente Sergipano temos para mostrar? Será que acreditamos naqueles sergipanos que fazem da música, dança ou futebol sua profissão?. Por favor, reflitam.
Acreditamos que tudo isso acontece conforme nossa postura, é pura verdade que não conseguiremos mudar uma condição desfavorável sem mobilização popular, é com a força do povo, que poderemos pressionar os administradores de qualquer segmento, cidade ou nação, a buscar o melhor para o que eles dirigem, falamos isso, por entender como os próprios sergipanos fazem da crítica (muitas vezes exageradas) um instrumento de distância e desvalorização das nossas atrações.
Trazendo para o futebol, como poderemos chegar à série B ou A se não apoiamos nossos times, se fortalecermos o futebol do sul e sudeste comprando seus materiais, acessando seu sites e fortalecendo suas marcas, concordamos que cada cidadão tem direito de escolher o que é melhor pra si, mas, não poderemos reclamar dos resultados pífios e falta de investimentos, se os clubes não têm subsídios para preparar uma condição melhor.
Sempre parabenizamos a torcida do Bahia pela presença dos estádios, verificamos o apoio da torcida Pernambucana, Cearense ao seu futebol, mas, não se engane que lá também tem jogo ruim, que tem estádios horríveis, que há desmandos administrativos, mas, tudo isso fica como coadjuvante quando o interesse popular propicia o interesse de empresários e mídia que ao investir seu dinheiro, chega-se a melhores times, melhores campanhas e maiores alegrias.
Temos que ressaltar essa realidade forte e cruel que precisa ser encarado com mais profissionalismo, apoio e rapidez, sobretudo, pela distância que temos em relação aos times de nossa própria região que dirá do sudeste e sul.
Verificando algumas médias de público, chegamos a números que realmente nos assustam, por exemplo, o jogo do campeonato Paraibano Treze x Atlético teve 4461 pagantes, isso equivale à soma do público de 9 (nove) jogos do nosso campeonato (toda 2º rodada + 4 jogos da 3º rodada), o pior é que disputamos com esse estado uma vaga na série B.
Diante disso, é incoerente mostrarmos números de Pernambuco e Ceará, no jogo Sport x Sete de Setembro de 31/01, foram incluídos no borderô, 10 000 ingressos referente ao programa de troca de notas fiscais por ingresso (semelhante ao nosso gol da sorte) ao preço de R$ 4, 00, só aí temos R$ 40 000, fora a arrecadação dos 7 000 que pagaram ingresso, portanto, o clube faturou mais de R$ 30 000 num só jogo. No Castelão, foram mais de 30 000 pessoas presentes ao último clássico Fortaleza e Ceará.
Campeonatos como Baiano e Pernambucano fazem uso do processo de troca de notas fiscais por ingresso, com diversos pontos de troca e ampla divulgação desses locais. O projeto funciona como um catalisador para públicos como o de Vitória da Conquista x Vitória com 11891 pagantes, já em Sergipe, Itabaiana e Confiança teve 2714 pagantes, comparando-os, eles tiveram um público de 9177 pagantes a mais que a nossa melhor marca, número 2,2 vezes maior que o público de toda a nossa 5º rodada, portanto, é válido lembrar o ditado “casa de ferreiro espeto de pau”, criamos o projeto, mas esquecemos de como administra-lo.
Não podemos reclamar da tv, já que acontecem transmissões desses campeonatos. O Alagoano e Paraibano servem como ilustração.
Nosso futebol tem pouca fonte de receita e as maiores são geradas pelo assistencialismo do governo e prefeituras e se estes não ajudam, já era!.
Então senhores, vamos aos estádios torçam pelo time da sua cidade, gere renda, emprego e fortaleça a economia para seu povo, o nível técnico deles pode ser melhor, por que a concentração de dinheiro em suas mãos é maior, a Paraíba já está percebendo isso e todo ano chega à fase final da série C e os times daqui?
Não podemos esquecer que além de tudo isso, não conseguimos enxergar nenhuma ação, projeto (você escolhe o nome) por parte da nossa federação, que busque em cada cidadão sergipano a vontade de contribuir com o nosso futebol, por que eles não fazem “campeonatos sergipanos” nas escolas públicas de ensino fundamental, distribuindo camisas de nossos clubes para aquelas crianças, mostrando nossos craques para essa nova geração e introduzindo-os a vontade de ser um Lima, Elenilson, Marcelo Sergipano, Adelino, Hugo Henrique, mas não, fica a vida toda falando em copa do Nordeste. É bom ficar claro, que o Nordeste só se “une” quando os times de Pernambuco e Bahia precisam de apoio.
Outro fato irritante é a evasão de renda, o que aconteceu no Sabino Ribeiro no jogo Confiança x Boca era brincadeira (e sem graça), no portão próximo ao vestiário do dragão entrava gente sem pagar a toda hora e o pior, Miltinho estava bem próximo, e, portanto, não vamos reclamar de pouco dinheiro.
Observe o gráfico e perceba que a média de público do campeonato a cada rodada, sempre ficamos abaixo.
A média de público de nosso campeonato é de 716 pessoas por jogo, ou seja, 62 % menor que o da Paraíba, hoje com 1880 pessoas por jogo.
Observações: Não temos os dados da 1º e 2º rodada do campeonato Baiano, mas como a informação da federação local vem em “acumulado” isso não distorce o resultado.
Na Paraíba não há troca de notas fiscais por ingresso.
Os dados dos 3 campeonatos foram divulgados por suas federações
